O Brasil (por que não a Humanidade?) perdeu nesta quinta-feira, 18, um emblema do que o século XX produziu de melhor. Espedito Rocha, morto aos 89 anos na ensolarada manhã de primavera, foi um revolucionário comunista da estirpe leninista, inquebrantável em suas convicções, movido por um compromisso visceral com a libertação dos trabalhadores do jugo do capital, árvore solidamente enraizada no solo ideológico pelo qual optou, resistente às tentações do mundanismo, aos apelos desviacionistas.
Colonizador do Norte do Paraná, construtor do Centro Cívico, sindicalista do setor químico, esse pernambucano nascido em 1921 e desde 1938 militante do Partido Comunista do Brasil (que então usava a sigla PCB) viveu com intensidade, sobretudo com profunda convicção e perseverança as vicissitudes da forte e ininterrupta atuação do seu partido nas lutas sociais e políticas no Brasil. Clandestino durante anos, preso político massacrado pela ditadura militar, Espedito resistiu até mesmo dentro das fileiras do seu partido, já então Partido Comunista Brasileiro, lutando contra os que o desejavam agremiação social-democrata. Quando surgiu o PPS, participou da refundação do PCB. Era assim o velho Espedito, inquebrantável, lutando onde era necessário lutar, em quaisquer circunstâncias, contra quem quer que fosse, desde que isso ajudasse a marcha para o socialismo, seu ideal imorredouro e dos tantos que seguiram e seguem seu exemplo.
Em sua lida com a existência humana, Espedito tornou-se artista da madeira, esculpindo-a com maestria, ali expressando o mesmo que expressava na política: a profunda solidariedade que o movia em direção à sua gente.
Na tarde do dia se sua morte, não fui ao velório, Assembleia Legislativa , para lhe render a última homenagem. Homem dessa estatura, dessa dimensão história, merece homenagens que nunca serão as últimas.
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