O tempo passa e as armas da direita continuam as mesmas: diante do fracasso nas urnas, arma confusão e planeja golpes. Desta vez, não podendo recorrer aos quartéis, e na iminência de uma derrota histórica, com traços de humilhação, conduz ao paroxismo a militância insolente de seu braço midiático. O golpismo udenista, ressuscitado pela direita, é objeto do texto a seguir, originalmente publicado no sítio Carta Maior.
Na reta final das eleições de 2010, a mídia demo-tucana desistiu de manter as aparências e ressuscitou o golpismo udenista mais desabrido e virulento. O arrastão conservador não disfarça a disposição de criar um clima de mar de lama no país nas duas semanas que separam a cidadania das urnas."Ódio e mentira", disse o Presidente Lula, no último sábado, em Campinas, para caracterizar a linha editorial que unifica agora o dispositivo midiático da direita e da extrema direita em luta aberta contra ele, contra o seu governo, contra o PT e contra a sua candidata, Dilma Rousseff.
Virtualmente derrotada a coalizão demo-tucana já não têm mais esperança eleitoral em Serra, que avalia como um 'estorvo', um erro e um fracasso. Sua candidatura sobrevive apenas como o cavalo-de-Tróia de um engajamento escancarado, quase cínico, de forças, interesses, veículos e colunistas determinados a sabotar por antecipação o governo Dilma, custe o que custar.
O objetivo é criar uma divisão radicalizada na sociedade brasileira, mobilizando a elite e segmentos da classe média em torno de um movimento que caracterize o resultado das urnas como ilegítimo. A audácia sem limite cogita, inclusive, levar Dilma a depor no Senado, às vésperas do pleito que deve consagrá-la Presidente do país. Um claro desafio à vontade popular, típico da provocação golpista. A receita é a mesma pregada por Carlos Lacerda, em junho de 1955, quando era evidente a vitória de Juscelino Kubitschek contra a UDN. O lema de ontem comanda a ordem unida que articula pautas, capas e manchetes nestes últimos 12 dias de campanha. O que Lacerda disse é o que se pratica hoje, de forma aberta ou dissimulada, em todos os grandes veículos de comunicação: " Este homem não deve ser candidato; se candidato, não pode ganhar; se ganhar, não deve tomar posse; se tomar posse não deve governar...".
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